domingo, 14 de junho de 2009

RELATÓRIO 5

Surgiu então uma possibilidade de consultar um médium curador em Tupã. Aproveitei a desistência de uma pessoa que havia marcado a consulta mas não poderia ir. Minha amiga me ligou perguntando se queria aproveitar a chance. Aceitei na hora. Fui de carona com amigas, meio descrente. Assisti à preleção percebendo e analisando a multidão de sofredores, cada um carregando suas mazelas, muitas não aparentes como as minhas. Outros visivelmente abatidos buscavam cheios de esperança, um conforto, uma ajuda que fosse para que pudessem sofrer menos.

Fomos em um total de 13 pessoas em 3 carros, numa sexta-feira bem cedo, direto para o atendimento. A entidade incorporada, mal falava com o paciente. Não se podia dirigir-lhe a palavra. Os assistentes orientavam todo o grupo sobre o proceder e cada grupo de cerca de 12 pessoas era chamado, cada um levando um pequeno cartão onde se registrava o problema. Pra ser sincera, achei a entidade muito pedante. Era um médico indiano e o médium usava uma roupa branca e um turbante. Os assistentes o reverenciavam como um ídolo. Fiquei imaginando a falta de humildade do espírito que muitas vezes se irritava com algo que o contrariava. E os assistentes aproveitavam para reforçar, do lado de fora, os avisos para que os doentes procedessem da forma como ele exigia. Ah, ele também só tratava um problema de cada vez. Pensei – como fazer: resolvi dizer só CISTOS. Ali no cartão, ele leu e me perguntou onde. Falei pé, boca e cabeça. Ele com a mão direita em concha pressionou minha nuca contra sua barriga com força. Depois me disse que se não melhorasse voltasse lá. Confesso que achei hilário. Por isso afirmo que nesta hora minha fé não poderia ter me curado porque estava incomodada com o ritual de atendimento. Mesmo assim orei pelos que lá estavam, crianças, jovens e velhos todos tão ou certamente muito mais necessitados que eu. Conversei abertamente ali, com Deus, sem interferências nem hierarquias. Sem impor condições nem ameaçar Deus. Sem fazer barganha nem cobranças. Agi com minha fé raciocinada, confiante no poder maior e no grau de mérito de cada um. Pedi que, se fosse para o meu bem, que recebesse a cura. Se merecesse e se minha prova tivesse terminado que a ajuda viesse através daquele médico-espírito. Se não, que eu tivesse coragem para suportar as dores e limitações que os problemas me impunham. Pedi da mesma forma pelos outros doentes também. O clima espiritual favorecia a sintonia mental elevada. A carga energética superior era visível. Pedi muito também, pelo meu marido naquela época tão doente e debilitado que havia se recusado a ir comigo, por não aceitar esse tipo de tratamento. Expliquei-lhe que não tinha nada a perder. Por isso fui mesmo sozinha.

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