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MÁRCIA WIRTH
MÁRCIA WIRTH
O sexo pode ajudar no manejo da sua dor
Mulheres jovens, mulheres de meia idade e mulheres com a idade mais avançada que desenvolvem artrite reumatoide, geralmente, passam a enxergar-se e classificar-se como “não sexualmente atraentes”.
“As preocupações físicas e emocionais são bem reais quando se trata de relacionar sexualidade e artrite.
Já ouvi pacientes jovens e, sobretudo, pacientes de meia idade, me dizerem, 'Eu não posso nem imaginar ter uma relação sexual porque dói até segurar minha mão', ou 'Prefiro esquecer o contato sexual porque é muito dolorido participar’...”, diz o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.
As relações sexuais das pessoas que vivem com doenças autoimunes são afetadas pela doença.
Nas mulheres, os danos às glândulas que produzem a lubrificação natural do corpo podem levar à secura vaginal, o que pode tornar as relações sexuais dolorosas.
“Além disto, dores nas articulações, fraqueza ou rigidez podem tornar mais difícil o ato sexual.
E como as pessoas que vivem com uma doença autoimune não são muito seguras sobre a própria aparência, elas podem ter medo que seu parceiro não a considerem mais atraentes.
Aconselhamos sempre que o casal converse sobre a doença.
Com amor e afeto, muitos destes problemas podem ser superados ou pelo menos contornados”, destaca o reumatologista.
O sexo pode ajudar com sua dor.
Existem diversos estudos que mostram que o sexo pode ser muito útil na medida em que diminui algum desconforto físico.
“A chave é deixar as pacientes saberem que as preocupações físicas e emocionais relacionadas à sexualidade e à artrite são reais, e que podem pesar nos momentos de gozo da vida.
Mas são os pensamentos, as atitudes e as crenças que definitivamente terão um efeito importante sobre os resultados do ato sexual”, defende o diretor do Iredo.
Um desafio ao lidar com pacientes com artrite é tentar fazer com que elas apreciem ser quem são, que elas se sintam bonitas, que elas se sintam sedutoras.
“Geralmente, ouço perguntas neste sentido:
‘Pode o ato sexual agravar a minha artrite?’, ‘ E se eu tiver uma substituição da articulação, ainda posso ter relações sexuais?’.
Diante destas perguntas, é preciso deixar claro que mesmo com artrite, a vida sexual pode ser maravilhosa.
É preciso mudar a maneira de enfrentar esta situação. Por exemplo, antes da relação sexual, você pode fazer uma massagem ou um alongamento, você pode aplicar um creme para dor em certas articulações.
Durante o ato, você pode encontrar uma posição mais confortável”, orienta o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti.
“É muito importante que a paciente com artrite saiba que o toque, o carinho, o afeto e o contato com a pele do ser amado podem aumentar a produção de endorfinas e outras enzimas que ajudam no alívio da dor.
É uma questão de ensinar e educar estas pacientes que a vida ainda pode ser bela, o sexo ainda pode ser muito prazeroso, mesmo com a artrite”, defende o médico.
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